Voltar
2 de mai. de 2025
O Brasil é reconhecido mundialmente por possuir uma matriz energética relativamente limpa quando comparada à média global. No entanto, o cenário atual revela desafios importantes que precisam ser enfrentados com urgência para garantir segurança energética, sustentabilidade ambiental e justiça social.
Atualmente, cerca de 83% da energia elétrica produzida no país provém de fontes renováveis, com destaque para a energia hidrelétrica, que representa mais da metade da capacidade instalada. No entanto, apesar do número expressivo, a dependência de hidrelétricas expõe o sistema a riscos, como a vulnerabilidade a períodos de seca, agravados pelas mudanças climáticas.
Além disso, o crescimento da demanda por energia, impulsionado pela industrialização, urbanização e digitalização da economia, impõe pressões adicionais ao sistema, e os atrasos em obras de infraestrutura, gargalos de transmissão, altos custos de energia e desigualdades de acesso, continuam sendo entraves significativos.
Desafios e caminhos para uma transição
Para avançar rumo a um modelo energético mais eficiente, justo e sustentável, é necessário diversificar a matriz, investir em inovação e promover políticas públicas que aliem desenvolvimento econômico à preservação ambiental.
Nesse sentido, fontes de energia limpa como a solar, eólica e biomassa, vêm se consolidando como alternativas estratégicas. O Brasil possui enorme potencial para expandir o uso dessas fontes, especialmente em regiões como o Nordeste.
O estado do Piauí, já se destaca como líder em geração eólica e solar, possuindo cerca de 178 usinas de energia limpa, além de um projeto em desenvolvimento por pesquisadores da Universidade Federal do Piauí (UFPI), para a produção de hidrogênio verde, a partir da biomassa da caatinga, o H2V-PI.
Informações como essas, comprovam que no país, a transição para essas fontes não é apenas uma promessa de futuro, é uma urgência do presente, que demanda a adoção em larga escala de energias renováveis, contribuindo para a redução de emissões de gases de efeito estufa, para a descentralização da produção de energia e para a criação de novos empregos na chamada “economia verde”.
Além da inovação tecnológica, a transição energética depende de mudanças culturais e comportamentais. A conscientização da sociedade sobre o uso racional da energia, o incentivo à eficiência energética e o apoio a políticas públicas comprometidas com o meio ambiente são pilares fundamentais desse processo.
A transformação da matriz energética brasileira passa, portanto, por escolhas que envolvem governos, empresas e cidadãos. É preciso garantir que essa mudança ocorra de forma inclusiva, com atenção aos territórios e às populações socialmente vulneráveis. O Brasil tem todas as condições para se tornar um protagonista global na agenda da energia limpa. Para isso, é preciso fortalecer compromissos, acelerar investimentos e ampliar o diálogo entre os diferentes setores da sociedade.
Na Brazil Energy Conference, queremos contribuir com essa construção coletiva, colocando em pauta os principais desafios e oportunidades da matriz energética brasileira. O futuro da energia já começou!